(RÔ Campos)
Ainda que eu veja apenas os pirilampos bailando sob o manto negro da escuridão;
Ainda que na fria e cinza madrugada eu veja apenas os olhos assustadores da coruja;
Ainda que eu ouça no silêncio da noite nebulosa apenas os gemidos que os ventos trazem;
Ainda que nesta mesma noite eu me sinta perdida num vale de lágrimas;
Ainda que eu não encontre a porta a qual procuro, que me leve à uma saída;
Que eu nunca, no entanto, desista de acalantar a fera que consome a quem espera·
E que eu jamais esqueça que toda noite a lua se deita e o sol, na manhã, se levanta·
E todo dia, quando eu acordar e me saber viva,
Que eu possa seguir sonhando···
E quando a noite voltar para me molestar,
Que eu não tenha mais medo do frio nem dos olhos assustadores da coruja,
E que eu veja apenas a beleza dos pirilampos bailando na escuridão·
Nenhum comentário:
Postar um comentário