segunda-feira, 7 de julho de 2014

DEPOIS QUE O TEMPO PASSOU


(RÔ Campos)
Já faz muito tempo, houve um tempo em que a gente achava que o tempo nunca passaria. E pedíamos a ele que corresse. Queríamos crescer, virar gente grande, fumar um cigarro, tomar um drinque.
Aí, então, o tempo foi passando. E, como tínhamos pressa, não percebíamos que o tempo se ia, levando com ele, a cada por-do-sol, a cada lua que dormia, um pedacinho de nós.
E, agora, depois que o tempo passou, eu vivo a pensar no sol e na lua, que muitas vezes deixei de olhar, com tanta pressa que eu tinha, de ver o tempo passar...
Bate um desejo de botar as mochilas nas costas, seguir por aí, sem qualquer direção, ganhar o mundo. Mas, de repente, eu me lembro que os sonhos também batem as pernas. E que os sonhos de menina são como fios de cabelo, agora brancos, que, com o tempo, caem e perdem a cor...

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