quinta-feira, 17 de julho de 2014

ABSTRAÇÕES


(RÔ Campos)

Era noite;
Fui ao quintal;
Estava claro.
Olhei para o céu;
Vi a grande lua no alto,
Que também riscava o chão.

Me perguntei sobre tanta beleza.
E essa feiura que teima, obstinada,
Em muitos corações que queimam
Nas fogueiras da vaidade.

E também sobre o amor
E a dor...
Os sonhos e a realidade.
A razão e o coração.
E a intrusa saudade
Que, às vezes, sem querer,
É como o sal que dá sabor.
E outras tantas vezes abusa,
De um quase direito de nos fazer sofrer.

Ainda contida em minhas abstrações,
Com os olhos voltados para o céu,
Me pus a perguntar à Gaia e Urano
(Não sem lembrar de Palas Atena e Ares)
Sobre este imenso mundo de deuses inventados,
E de homens perdidos nos labirintos traçados
Entre a guerra e a paz
Que Tolstói muito já nos disse...

E perguntei também a Urano:
- Onde é que a lua se esconde
Quando paira a escuridão?

E perguntei também a Gaia:
- O que seria de nós se não fosse a luz?

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