quinta-feira, 17 de julho de 2014

COLAPSO

(RÔ Campos)

Um coração cheio de vielas, artérias, veias, feito teias,
Pulsa e pulsa lentamente,
E hora outra acelera de repente·

Quer sair, fugir, sem saber pra onde,
Dessa prisão em que às vezes se esconde,
Sob pressão que sobe e cai e volta e vai:

Colapso mitral!

O sangue veloz, louco feroz,
Estrangulando a minha veia volta e meia·
Eis-me aqui, agora, coração,
Cansado, pálido,
Partido, necrosado,
Latifúndio improdutivo,
Terra de ninguém,
Loteado ao léu
Sob o imenso céu que nos cobre,
Prometido aos incautos,
Crentes, inocentes úteis·
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