sábado, 18 de junho de 2011

OMB/AM VOLTA A ATACAR. ATÉ QUANDO?

Eis que estava eu, hoje, no TOC TOC DELÍCIAS & CHOPP, como de hábito, saboreando minha heineken e outras coisas mais, e, no final da festa, quem chega? Quem? Adivinhem, se forem capazes? Fiscais da OMB, vestidos em suas camisas pretas. Um, eu identifiquei de pronto, envolvido no caso da cantora Márcia Siqueira, em março passado. Lembram? Seu nome, não sei, e nem me interessa saber, mas aquela cara eu sabia que conhecia - e bem. Chegaram de mansinho e foram até o proprietário, com quem eu compartilhava a mesma mesa. Abordaram-lhe sobre nota contratual e outras coisitas mais. O proprietário recebeu-lhes com a educação que lhe é peculiar, e disse-lhes que aguardassem até que os músicos encerrassem o seu trabalho, que já estava nos finalmente, ao que disseram-lhe que sim. Mas tal foi a minha surpresa quando, ao invés de assim procederem, subiram ao palco, enfileirados como a marcha dos sete anões, no filme da Branca de Neve, como se fossem os donos do mundo, e, lá em cima, com a casa ainda com clientes, abordaram os músicos, cheios de papeis e lanternas, onde permaneceram num conversê, cujo teor desconheço. Tempos depois, desceram do palco e foram até o proprietário, parabenizando-o pela casa, segundo eles, respeitar não sei bem lá o quê. Na verdade, os músicos, ou alguns deles, encontram-se em atraso com o pagamento de suas anuidades deste ano, e foram " gentilmente" convidados a regularizar a tal pendência, na segunda-feira, junto à OMB, para que, a partir de então, sejam, de igual modo, regularizadas e emitidas as famigeradas notas contratuais. Entre um blá-blá-blá e outro, " informaram" ao proprietário que a ação da OMB é legítima, pois o Sindicato teria perdido a ação que visava coibir essa arbitrariedade (é claro que eles não pronunciaram essa palavra, pois eles se acham os paladinos da classe dos músicos). A verdade é que a sede da OMB local é insaciável, e tudo eles podem até defender, menos os músicos, que tentam, de todos os modos, impedir de trabalhar e garantir o seu sustento. Eles insistem nessa perseguição imoral no sentido de impedir os músicos de exercerem o seu ofício. A quem pode interessar essa fiscalização odiosa, que procura cercear o direito constitucionalmente garantido de trabalho ao profissional da música, como a qualquer outro trabalhador, sem obrigatoriedade de filiação ou de licença prévia, ou, ainda, de pagar para poder trabalhar? Que país é esse, me pergunto, onde uma Constituição Democrática, promulgada sob a vontade solene do povo brasileiro, que varreu do seu território qualquer vestígio de autoritarismo, há mais de 20 longos anos, ainda mantém em seu seio sujeitos que insistem em censurar, e eles ainda conseguem encontrar eco? Urge que se dê um basta nessa anomalia! Que o Ministério Público do Trabalho exerça sua função nesse caso, constitucionalmente garantida, procurando permitir aos músicos que exerçam o seu ofício, com a dignidade que a Constituição Federal lhes assegura. Que o Poder Público, dentro de sua competência, diga não a esse disparate, garantindo o direito ao trabalho, sob pena desse direito fundamental do cidadão tornar-se letra morta na Constituição. Que esse povo que hoje ocupa a OMB vá usufruir também desse direito, trabalhando dignamente, ao invés de ganhar indevidamente salário à custa de perseguição de músicos e de aplicação de multas indecorosas. Até quando a classe artística terá que conviver com essa ignomínia? Libertas que seras tamem!

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