segunda-feira, 16 de maio de 2011

O AMOR QUANDO VEM

(RÔ Campos)

O amor,
Quando ele vem, ah, o amor!
Não se intimida com a porta trancada,
Destabanado,
Vai entrando sem bater.

Vem sem medo, feito louco,
Moleque atrevido, surdo,
Sem tino, imprudente,
Nem se importa com o sofrer.

Ah, o amor, esse amor apressado,
Que vem a galope, ligeiro,
E nem se cansa de correr.

Alguns chegaram assim,
De súbito
Invadindo a minha sala
Puseram-se a jantar
Em mesa posta, farta,
A se empanzinar.
Logo me desiludi.

Outros entraram pelo jardim,
Engalanados,
Trazendo presentes que pareciam finos.
Na verdade eram coisas baratas,
Colchas de tecidos ordinários
Logo me aborreci.

Ah, o amor e suas travessuras
Uma noite chegou aqui.
Olhou-me com timidez,terno, manso
Logo o acolhi por inteiro
Dentro de meu coração vagabundo
Que hoje não mais vive errante
É prisioneiro.

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