terça-feira, 3 de novembro de 2020

UM ROSTO NA MULTIDÃO DA MINHA SOLIDÃO

 

(RÔ Campos)


Você tem um rosto, 

Mas eu não sei quem você é.

Você às vezes conversa comigo,

Mas eu não sei se é você.


Às vezes, você some.

Eu, então, sinto saudades

De quem nem sei se é.

Talvez alguém, ou, quem sabe, ninguém.


Só sei que a saudade vem.

Depois tudo se vai.

Como barcos, que um dia zarpam,

Noutros, aportam em um novo  cais.

Nenhum comentário: