sexta-feira, 4 de outubro de 2019

DEPOIS DA CHUVA


(RÔ Campos)

Há dias bons e outros...Nem tanto.
Mas toda vez que chove é assim:
A gente escarafuncha tudo,
Cutuca feridas, mexe, remexe,
Sobe, desce, puxa daqui, puxa dali,
Abre gavetas, escancara portas,
Sente cheiros de naftalina,
O vento tocando a face.

Passa um filme inteiro na mente.
A gente sente saudade,
Vontade de voltar pra casa,
Começar tudo de novo.
Viver aqueles dias que ficaram
Presos no vão da porta.
Beijar o beijo negado.
Acordar o amor dormido.
Amar, como se jamais  tivesse deixado
De amar o amor que ainda vive.
De querer o amor que ainda arde.

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