quinta-feira, 4 de setembro de 2025

DICOTOMIA

(RÔ Campos)

Somos um nada profundo , constantemente, absolutamente· Vivemos sempre na linha de fronteira· De um lado o amor; do outro, o ódio· De um lado a saúde; do outro, a doença· De um lado a amizade; do outro, a traição· De um lado o dinheiro; do outro, a escassez· De um lado a vida; do outro, a morte· Num segundo, estamos de um lado; no segundo seguinte, do outro· Assim, como se pegássemos uma moeda e mudássemos a sua face· 

@rocampospoesia

quarta-feira, 3 de setembro de 2025

DIVAGAÇÕES ACERCA DO BEM E DO MAL


(RÔ Campos)

Todos nós sabemos que tudo no mundo é dualidade· Então, não é verdade que o mal não existe, que é apenas a ausência do Bem· Assim, também, não é verdade que a escuridão é a ausência de luz· Decerto, portanto, que há o céu e o inferno· Este último,  está transbordando até o tucupi nas cuias do mundo· 

Vivo me debatendo no fogo do inferno tentando encontrar um caminho que me leve ao céu, mas, confesso, está muito difícil · Para todos os lados que olho, sob todos os ângulos, o inferno me parece latente, e vive a queimar a vaidade nas fogueiras· Mas, partindo do prisma da dualidade, eu sei que o céu existe, e que um dia eu hei de o encontrar· Vez em quando eu me deparo com ele· Que vasto céu é esse que existe no coração dos pequeninos, no sorriso do menino, nas mãos que abençoam, na boca do homem que apregoa a paz?! Aparentemente, nunca vemos um vencedor nesse duelo· O mal jamais se entrega· Para o mal, o Bem é um fraco· Mas o Bem é como o Amor,  forte por si mesmo· E os fortes tudo vencem· Porque a verdadeira fortaleza não se ergue em castelos, não constrói grades nem muros· A verdadeira fortaleza prescinde de sentinelas outras· É a fé inabalável· É saber-se tão pequeno, e jamais abrir trincheiras·