sábado, 26 de abril de 2025

O TEMPO TUDO CORROI

 (RÔ Campos)

Lembro de mamãe na minha infância e adolescência, sempre uma mulher aguerrida, muito forte, destemida, um espelho  onde  invariavelmente procurei me mirar. 

Certamente vem  dela esse meu jeito de ser. Tome-se por sua coragem  de dar à luz dez filhos.

E todas as vezes em que pensei que fosse sucumbir, lembrei-me dela. Mas vai longe de mim o destemor tão  vigoroso de minha mãe, daqueles tempos que o tempo levou... 

E  hoje, atônita, descubro  que,  na velhice decrepta,  toda fortaleza  se desfaz. E o orgulho e a vaidade já nem mais são pecados capitais.

É  o tempo que tudo corrói...

(*)originalmente escrito em 27.03.2018

Nenhum comentário: