sábado, 30 de março de 2024

LIBERDADE E RENASCIMENTO: O VERDADEIRO SIGNIFICADO DA PÁSCOA

Era madrugada, e eu já estava acordada. Não queria mais saber de Facebook, porque passei o dia inteirinho ontem fazendo postagens diversas. Mas os grilinhos começaram a azucrinar a minha cabeça. Quando liguei o meu NB, na verdade queria escrever sobre a Páscoa, porque era esse assunto que estava na minha mente, mas preferi iniciar com as matérias que já postei. Apesar de não seguir nenhuma religião, entendo a Páscoa como um dos maiores símbolos de liberdade, seja a Páscoa judaica, seja a Cristã. A judaica, retratando a fuga dos hebreus da longa e tormentosa escravidão a que foram submetidos pelos egípcios. A Cristã, contada no Novo Testamento, assentada na ressurreição de Cristo.

O que vimos desde sempre, no mundo, é a humanidade faccionada ou fracionada. Nos últimos tempos, chegamos ao ápice: uma exacerbação ilimitada. 

Limitando-me a discorrer sobre o Brasil, porque o país em que nascemos e vivemos, eu diria que, com o processo democrático que vem lentamente se desenvolvendo a partir de 1985, com o fim da ditadura militar, e agora com o advento das redes sociais, a coisa está realmente escancarada: enfim, graças à democracia, podemos abrir a boca e falar. Mas o que tenho visto e sentido é que as pessoas, tanto comuns quanto públicas, apenas cobram e perseguem seus supostos "direitos" e esquecem os direitos alheios, e também dos deveres que lhes cabem. É mais fácil dividir, no sentido de fracionar, do que somar. Ninguém quer dividir o pão, mas, sim, tê-lo somente para si, e, algumas vezes, para os seus. Apontam os "defeitos" e "pecados" dos outros com um dedo fulminador, e, muitas vezes, invocando o nome de Deus (deles, é claro), atiram pedras como se fossem os paladinos da moral e dos bons costumes, os únicos salvos, criando ilusoriamente em torno de si uma aura de perfeição absolutamente inexistente nessa humanidade muitas vezes perversa, egoísta, indiferente e intolerante. São os donos da verdade...E os outros, aberrações, pecadores indignos do perdão do Homem.

Vivem a invocar Cristo, exatamente na contramão de tudo o que Ele teria ensinado, de tudo o que Ele aqui teria deixado, como nos contam seus discípulos por meio dos Evangelhos. 

E vivem na escravidão de seu próprio ego, sob correntes imaginárias que permitiram fossem colocadas em suas mentes. Não se libertam de suas fraquezas e insurgem-se contra os demais, porque creem que a sua fraqueza é menor - a do outro sempre será imperdoável. E não há fraqueza maior do que a escravidão. E não há bem maior do que a liberdade.

Falta à humanidade exatamente isso: no âmbito da religião, que tanto invocam, chegando às raias da banalização, obedecer incondicionalmente ao primeiro mandamento: Amar a Deus sobre todas as coisas e ao teu próximo como a ti mesmo. No âmbito do Direito observar, de olhos bem abertos, e meter de uma vez por todas na cabeça que "Todos são iguais perante a lei, sem distinção de credo, cor, origem etc.etc.etc.", não esquecendo de  que o seu direito acaba quando começa o direito do outro.


(*) Texto publicado em 30.03.2013

@rocampospoesia

#rocampossobretodasascoisas.blogspot.com

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