segunda-feira, 27 de julho de 2020

GRITOS DO SILÊNCIO


(RÔ Campos)

Nesta hora,  em que a manhã já  bateu pernas e corre o mundo,
Queria te dizer,  a ti somente,
(Ainda que intrusos se metam  a querer entender),
Que o imenso mar que nos separa
É  também  deserto,  onde o vento sopra forte.
E as batidas na porta muito me dizem de ti, tão longe,  tão distante, mas tão perto do meu lembrar,  do meu existir...
O que dizer,  então,  do teu silêncio, mestre das palavras,  dissecador  de almas, neste dia de hoje,  do escrevinhador, do latifundiário de vastos e áridos territórios sedentos do saber?
Ora, teu silêncio fala muito mais que mil palavras. Teu silêncio grita a tua solidão, a tua vergonha,  a tua ressaca.
Mas as tuas  letras combinadas, as tuas palavras,  frases soltas e ou inteiras,  elas me dizem da tua embriaguez...

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