(RÔ Campos)
Eu sei o que é o amor e a dor.
Por isso não me venham por favor contar histórias que eu conheço bem.
Eu sei bem esses caminhos das rosas e da sua beleza.
Mas sei também que o mundo não é um jardim da delicadeza.
Já acreditei em tanta coisa, que hoje não ouso mais crer.
Mas trago comigo, como um mantra, a certeza de que "o mundo é um moinho"
e que "o tempo vence toda a ilusão".
Se nesta vida alguém me fez algum mal, esse alguém decerto fui eu.
E hoje sei que de cada amor que vivi só herdei o cinismo.
E só muito tempo depois me dei conta de que os abismos em que eu caí,
Eu os cavei todos com os meus próprios pés.
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SALVE CARTOLA!
O mundo é um moinho é uma das mais belas músicas do cancioneiro brasileiro.
A letra retrata uma realidade profunda, incontestável e avassaladora.
Ninguém cava os nossos abismos. Nós os cavamos com os nossos próprios pés. E mãos. Claro. Indubitável. E, depois da queda nesses abismos que nós mesmos cavamos, damo-nos conta de que todas as nossas ilusões sempre são reduzidas a pó. A ilusão se desfaz diante do primeiro embate com a realidade.
(*) 31.08.22
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