(RÔ Campos)
Nessa madrugada sonhei com você .
Tudo me pareceu muito real. Como se já tivéssemos convivido em um outro tempo, em outras eras. Éramos muito íntimos, cúmplices, brincalhões.
Foram horinhas tão lindas!!!
Sorrisos, troca de carinho, aconchego, e também coisas que gostamos muito de fazer...Essas coisinhas que dizem muito de nós, escorpianos, sedentos, carnais, amantes, viscerais.
Até agora sinto como se tudo tivesse deveras acontecido no mundo real.
Procurei explicação nas obras sobre os SONHOS, de Freud. Mas não sei onde Freud se escondeu. Escafedeu-se nas prateleiras da biblioteca. Parti para Platão. Só Platão na causa - pensei. Mas Platão não me permitiria desplatonizar essa intrigante história concebida nas ideias. Corri no tempo. A internet! Salvadora da pátria. Criadora de laços. Desfazedora de nós. A internet, esta, que nos aproximou assim, do nada.
Acredite!
O mundo lá fora, e a gente lá dentro do quarto do hotel, como se fossem cenas de O ÚLTIMO TANGO EM PARIS.
Você sorria tanto!
Não havia medo de nada.
A entrega foi total, como, aliás, eu sonhei várias vezes acordada em meio à angústia da quarentena, com aquilo que seria o nosso primeiro encontro pós-pandemia.
Hoje queria te falar sobre tudo isso.
Você não me deu nenhuma chance.
Parece estar zangado comigo...Mas nada me diz. Calou-se. Fechou-se em copas.
Terá sido pelo GRITOS DO SILÊNCIO?
Ah! Tome tento! Interprete!
São palavras de mulher que não podem ser jogadas ao vento...
Versos que falam de embriaguez, mas não da cachaça
Versos que falam de ressaca, mas não de bebida: são confissões nas entrelinhas.
Peraí! Ou você quis dar um basta no jogo?
Assim não vale: desistir antes de entrar em campo?
Responda-me, se interessar possa, e se porventura sobrar-te tempo para essas coisas bobas da vida.
Ainda assim, meu caro amante, que vive no mundo das minhas ideias, eu te confesso: nos meus sonhos és real. E, nesses sonhos, não me importo que, para você e seu mundo, eu seja ninguém...
Nenhum comentário:
Postar um comentário