(RÔ Campos)
O que é o meu saber
Senão saber que nada sei.
E quando eu chego a pensar
Que de alguma coisa eu sei
Descubro saber menos
Do que tudo aquilo
Que eu penso que sei.
Assim é o meu saber
Ou aquilo que consiste em pensar que sei:
Todo dia desaprendo
E de novo procuro aprender
Que nesta vida nada se sabe
A não ser que todo dia
Morre para depois renascer.
E quando o dia acaba de morrer
Vem o meu saber e me diz
Que nada dura para sempre
E que tudo muda depois que eu me desnudo
Que tudo, absolutamente tudo, é relativo
E nada, nada, nada é definitivo.
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