(RÔ Campos)
Eu, como uma montanha de braços abertos, querendo abraçar o vento que toca a minha pele. Tu és o vento. Sei que estás por aqui, geograficamente bem perto de mim, mas, confesso-te, é como se estivesses muito longe. Ainda assim, frequentemente me lembro de ti, quando passo em frente à tua antiga casa - aquela onde foste feliz por um tempo, e depois já não mais sabias o que era a felicidade.
Hoje minhas mãos misturaram-se a adubos que eu, delicadamente, coloquei nos vasos de minhas plantas...
E, mais um vez, lembrei de ti, de quando foste meu jardineiro e regavas meu coração.
E senti o cheiro das uvas, de vinho e do licor de uísque que sempre degustávamos nas poucas e eternas horas em que o silêncio se calava.
E lembrei daquele dia em que me convidaste a ir ao teu jardim: noite e céu cheio de estrelas, vinho, delicadeza e cumplicidade, teus olhos nos meus olhos, tuas mãos na minha vida, minha vida nas tuas mãos.
(*) 27.04.2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário