(RÔ Campos)
Como será
O que não foi
Se já não foi
Não pode ser
Não há caber
Em nenhum tempo
O que passou
O de agora
O futuro que não sei?
Como será
Um suposto amanhã
Sem pressuposto algum
Se a flor o botão não abrir
Depois que a chuva passar
Se o sol não sair?
Como será
Eu sem ninguém
Ninguém em mim
Espaços
Vazios
Alguém procurando ocupar
Se eu não sei mais deixar?
Onde será
Que posso ver
Procurar
O que não vi
O que passou por mim
Como passam as borboletas
E eu nem percebi?
Tudo é fugaz!
E o tempo, veloz
Escorre pelos dedos, agora tortos
E se vai pra nunca mais.
Ninguém toma às mãos o tempo!
Ninguém!
E esse futuro
Que não alcanço
Não sei, não sei
Quem sabe?
Se vem, vem como
Nas asas do mal ou do bem?
Cadê meu céu?
Cadê meu mel?
Esse gosto amargo que ficou na boca que não beijou
Os ruídos insistentes no ouvido
Do passado querendo entrar
Os olhos de não ver
Coração de não amar
Não quer mais brincar
Não quer mais sofrer.
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