sexta-feira, 19 de julho de 2024

IMPERMANÊNCIA


(RÔ Campos)


Passou 

Foi

E tudo o que é ido

Não volta jamais. 


O tempo

O quê  é isso?

Nada existe

Só a mente maquina.


O vento sussura 

Canta no silêncio 

Ouço  alguns sibilos 

É a boca da noite.


Tudo muda

Transmuta

Vai-se embora

Princípio,  meio e fim.


Aurora

Manhã

Tarde

Crepúsculo.

quinta-feira, 18 de julho de 2024

ACENOS DO PASSADO

(RÔ Campos)

Chega um determinado momento em nossas vidas onde muitos de nós vivemos de saudades. 

Saudades dos amiguinhos de escola.

Saudades dos amigos de infância.

Saudades da casa em que nascemos  e nos criamos.

Saudades dos amigos da faculdade.

Saudades dos colegas de trabalho.

 Saudades dos amores que se foram.

Saudades dos familiares que partiram para sempre.

Saudades do pai e ou da mãe, do filho,  da filha, do irmão,  da irmã,  do marido,  da mulher,  do amigo e da amiga que se encantaram...

Creio que  não deve haver ser vivente neste mundo de meu Deus que não saiba o que é saudade.

Os cheiros,  paladares, sons,  ruídos, olores, paisagens,  imagens,  a música,  a poesia... 

Tudo nos remete a algo que já vivemos,  já sentimos. 

Saudade é o passado mandando lembranças. 


@rocampospoesia

O INFINITO QUE VIVE EM NÓS

(RÔ Campos)


Parece que  quase ninguém pensa,

Nem  se pôs ainda a descobrir,  sentir,

O infinito que vive

No universo que somos nós. 


Todos os que partiram

Levaram um pouco de nós,

Mas também deixaram um pouco 

deles dentro da gente,

No infinito particular de cada um.


A finitude da matéria é real, concreta. 

Ela se decompõe como tudo o que vive,

Pois tudo o que vive morre para renascer.

É o que vive nas paredes da memória,

Essa saudade que  nunca morre,

Isso é o infinito de todos nós. 


Todos os que amamos  e que se foram antes de nós

Viverão para sempre

Nesse amor infinito,

Na infinitude da alma,

No acalanto  da rede que o vento da saudade embala. 


E assim será por todos os séculos dos séculos.


O infinito de cada um de nós não se esgota, não se exaure, não se descuida.


Todos vivem!


São eles os elos que vivem em nosso infinito e não se dissipam  jamais. 


Isso é a eternidade. 


Vão,  e ficam.




A ÚLTIMA ESTAÇÃO

(RÔ Campos)


Viveu a vida como quis.

Fumou,  bebeu, compôs, amou, 

Foi feliz. 


A palavra era sua companhia. 

A ela juntava a alma gêmea,  melodia,

Letras, músicas,  seu universo, 

Com maestria.


De repente fez-se noite. 

Esperava encontrar uma saída.

Sonhava noite e dia. 

Mas teve a vida abreviada.

Foi compor noutra freguesia.


(*) Dedicado ao  ilustre artista,  compositor,  cantor,  multi-instrumentista Clodo Ferreira,  que encantou-se recentemente.



sexta-feira, 12 de julho de 2024

QUE RESPOSTA EU TE DARIA?


(RÔ Campos)


Ah! Se já se vão tão longe essas águas

Se minhas mágoas já quedaram esquecidas

Se as horas marcadas pelo relógio na parede já não importam como outrora...


Ah! Se o silêncio não fosse tão ruidoso

Se a distância não conspirasse  contra os amantes

Se o tempo  não falasse a todos os ouvidos...


Que resposta eu te daria se  acaso me perguntasses  se ainda te queria?


@rocampospoesia

#rocampossobretodasascoisas.blogspot.com