(RÔ Campos)
Depois de uns goles de cachaça
Eu pisei no calo da mulher amada
E logo após pedi perdão a ela
Mas ela, um poço de mágoa
Me disse: a fonte secou.
Entrei com ação na primeira instância,
Mas a juíza não me deu ganho de causa.
Inconformado com a decisão, Apelei ao tribunal dos arrependidos,
Mas o tribunal manteve a condenação.
O jeito foi sair de bar em bar
Me afogando em várias doses de cachaça
Para a minha pena esquecer.
Quando acordei, estava de joelho aos pés do altar na igrejinha do Pobre Diabo.
Aproveitando o ensejo, supliquei a Santo Antônio,
E ele então sentenciou:
Nesse caso, não tenho jurisdição.
Dirija sua apelação a Deus.
Pedi a Deus que me inocentasse
E Deus solenemente me respondeu:
Eu te dei o livre arbítrio.
Neste caso, perdoar, nem Deus.
Tua cabeça é o teu juiz.
Vai e cumpre a tua pena.
O azar é só teu.
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