(RÔ Campos)
Meu Deus! dai-me forças
Porque vontade eu tenho muita
De morar no templo que é o samba.
Quero orar ao pé do altar
Praticar a minha fé
A fé na vida
A fé no samba
E curar minhas feridas.
Olho pro sambista com o dedo na viola
E logo me ponho a sorrir.
O homem marcando o compasso no surdo
E meu coração saltitando, querendo falar, correr mundo.
O tamborim no contratempo
Me fazendo lembrar que tudo é possível,
Exceto correr contra o tempo.
E tem também o cavaco, tão pequeno
Soando alto, parece dizer
Que as rodas de samba são como oração.
Meu Deus! dai-me forças
Porque vontade eu tenho muita
De morar no templo que é o samba.
Tem também tantan, agogô, pandeiro e reco-reco
Repique pelas mãos do Bira
Tem ainda o banjo trazido por Almir Guineto.
Agora estrelas que voltaram para a sua constelação
Vejo tudo à noite quando ergo os olhos para o céu
Do Fundo do nosso Quintal.
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