sábado, 15 de novembro de 2025

ENSAIO SOBRE NADA

 

(RÔ Campos)


Vou escrever logo uma frase que está fresquinha aqui  na minha cabeça, antes que eu esqueça:

Pra que tanta empáfia, tanto empavonamento, se tudo se vai num instante? A vida é uma caixinha de surpresa. Agora, estamos aqui, mas nada sabemos sobre o segundo seguinte. Não há controle remoto para o imprevisível, o imponderável, e nem Jobs no mundo para inventá-lo. A natureza, inacaba, e que há bilhões de anos movimenta-se, revolve-se, revoluteia-se, é implacável.

Aos tiranos de plantão. Aos arrogantes. Aos vaidosos. Aos que pensam que são os donos do mundo, deuses, semi-deuses. 

Aos avarentos. Aos preconceituosos. Aos chefes das capitanias hereditárias e donos de feudos (adoradores do  nepotismo, sanguessugas do dinheiro público,  "honrados" corruptos, néscios). Aos que pensam que vão virar pedra, um AVISO: 

O mundo vai acabar, sim. Felizmente! Todos vocês também vão morrer. E toda a sua geração. Ou vão ser devorados pelos vermes da terra, e se tornarão menos que um deles (pois eles têm uma grande importância para a humanidade); ou se tornarão cinzas (sem que deixem, ao menos, sombra); ou, quem sabe, desaparecerão no breu da escuridão (nas águas do mar, dos rios, nas matas, no gelo, no nada...).


Escrevi isso em 2011 e o Facebook me trouxe hoje de lembrança. Só  que nunca vi frase tão grande kkkk

quinta-feira, 4 de setembro de 2025

DICOTOMIA

(RÔ Campos)

Somos um nada profundo , constantemente, absolutamente· Vivemos sempre na linha de fronteira· De um lado o amor; do outro, o ódio· De um lado a saúde; do outro, a doença· De um lado a amizade; do outro, a traição· De um lado o dinheiro; do outro, a escassez· De um lado a vida; do outro, a morte· Num segundo, estamos de um lado; no segundo seguinte, do outro· Assim, como se pegássemos uma moeda e mudássemos a sua face· 

@rocampospoesia

quarta-feira, 3 de setembro de 2025

DIVAGAÇÕES ACERCA DO BEM E DO MAL


(RÔ Campos)

Todos nós sabemos que tudo no mundo é dualidade· Então, não é verdade que o mal não existe, que é apenas a ausência do Bem· Assim, também, não é verdade que a escuridão é a ausência de luz· Decerto, portanto, que há o céu e o inferno· Este último,  está transbordando até o tucupi nas cuias do mundo· 

Vivo me debatendo no fogo do inferno tentando encontrar um caminho que me leve ao céu, mas, confesso, está muito difícil · Para todos os lados que olho, sob todos os ângulos, o inferno me parece latente, e vive a queimar a vaidade nas fogueiras· Mas, partindo do prisma da dualidade, eu sei que o céu existe, e que um dia eu hei de o encontrar· Vez em quando eu me deparo com ele· Que vasto céu é esse que existe no coração dos pequeninos, no sorriso do menino, nas mãos que abençoam, na boca do homem que apregoa a paz?! Aparentemente, nunca vemos um vencedor nesse duelo· O mal jamais se entrega· Para o mal, o Bem é um fraco· Mas o Bem é como o Amor,  forte por si mesmo· E os fortes tudo vencem· Porque a verdadeira fortaleza não se ergue em castelos, não constrói grades nem muros· A verdadeira fortaleza prescinde de sentinelas outras· É a fé inabalável· É saber-se tão pequeno, e jamais abrir trincheiras·

domingo, 25 de maio de 2025

A ORDEM NATURAL DAS COISAS

(RÔ Campos)

Plantar, cuidar, regar...O amor e as flores. Um dia, tudo brota. E o amor e as flores um dia  também vão se extinguindo. Essa, acredito, seja a ordem natural das coisas. Humanos, somos demasiadamente humanos. O amor, qual uma fina luz, que vai se apagando, deixando as almas iluminadas, no entanto. As flores...fincando nos olhos a beleza e na memória os seus olores. Depois, novos ciclos, porque essa, repito, acredito seja a ordem natural das coisas. O tempo sempre caminhando para adiante, e o passado vez ou outra rondando nossos passos.

(26.05.2019)

@rocampospoesia

domingo, 18 de maio de 2025

O SER(?) E O NADA

(RÔ Campos)

Ninguém é o que os outros pensam

Ninguém é o que aparenta ser

Somos e não somos

A verdade às  vezes é nua 

Outras tantas vezes se cobre com o véu escuro da artimanha.


Somos a soma de todas as dores

Divisão do que não se possui

Subtração da dignidade humana

Multiplicação da miséria. 


(A terra tudo há de comer!

As águas tudo há de tragar!

O fogo tudo há de queimar!

O tempo tudo leva). 


Ninguém é 

Na fila do pão

Na fila do banco 

Na fila do SUS

Na fila da carne

Na fila do bus.


(A terra tudo há de comer!

As  águas tudo há de tragar!

O fogo tudo há de queimar!

O tempo tudo leva).


@rocampospoesia

#rocampossobretodasascoisas.blogspot.com

sexta-feira, 16 de maio de 2025

COISAS SÃO E NÃO SÃO

 (RÔ Campos)

Já faz algum tempo, muito tempo, Jung afirmou que "tudo depende de como olhamos para as coisas, e não de como elas são em si mesmas".

Porque...Coisas são e não são.  Tomam corpo a partir do que eu penso sobre elas, da  forma como eu as vejo.  E elas, então, tornam-se reais. Pelo menos na minha cabeça. 

Cada um vê as coisas de conformidade com o mundo que há em seu interior.  Antes disso não existem coisas, absolutamente nada. 

@rocampospoesia

(*) escrito em 16.05.2014

domingo, 27 de abril de 2025

AQUI SE FAZ, AQUI SE PAGA

(RÔ Campos)

Eu não me assusto com a indiferença e falta de compaixão do "ser humano". Eu me preocupo é com o sofrimento dos pequeninos  agredidos, violados, violentados, desesperados e sempre tão indefesos.

E, quando me imagino lá longe, num futuro que eu nem  mesmo sei se virá, ou inválida, sinto medo. É um frio que percorre todo o meu corpo e atravessa a minha mente. 

É muito temerário, dolorido  e humilhante depender exclusivamente da solidariedade do outro. E quando o outro é o que está mais próximo, pior ainda. 

Agora, num país como o nosso, tão desigual e injusto,   onde o cabra se debate todo pra sobreviver e vencer, perseguindo o seu lugar ao sol,  como preparar-se para a velhice, para situações de invalidez? Como pagar um seguro saúde e ou seguro de vida? Como ter qualidade de vida? 

É, sem dúvida alguma,   a verdadeira "à espera de um milagre". 

Mas de uma coisa eu sei, ou desconfio que sei: pode demorar o tempo do jumento, mas a lei da ação e reação é infalível. 

Ela não é como muitas leis brasileiras, tipo faz-de-conta, que cai em desuso mesmo antes de entrar em vigor.  Acreditem, pessoas ditas do bem:  tudo,  absolutamente tudo  volta na mesma proporção e intensidade.  

Essa é a lei da física. Não sou eu que estou dizendo,  não.  Foi Sir Isaac Newton quem afirmou, obviamente que após anos incansaveis de observação,  pesquisa,  estudos.   

Moral da história:

AQUI SE FAZ,  AQUI SE PAGA!


(*) texto originalmente escrito em 14.04.2014 e republicado hoje após revisto e atualizado