sábado, 26 de outubro de 2024

DESVIVER FINAL

 

(RÔ Campos)


A vida é,  por assim dizer, 

Um viver e desviver cotidiano.

Passam os dias,

Passam os anos. 


Até que, um dia qualquer,

Sem hora marcada,

Viver já não é mais.

Desviver se faz morada.


Mas há também quem, destemido, corajoso(!?),

Não vendo sentido  algum em um viver desvivido diário,

E, pressentindo  a obnubilação que se achega  paulatinamente,

Desvive  de vez por  escolha própria. 

sábado, 21 de setembro de 2024

FICÇÃO

(RÔ Campos)


Há caminhos que não se sabe

Não têm sul nem norte, direção. 

O horizonte é mera ficção. 


A vida é uma viagem

Sem bilhete nem apólice

Nada é seguro,  só o amor

Tudo o que vive,  morre.


Fingir talvez seja uma saída 

Sorrir na mesa de bar

A tristeza não se divide

Melhor manter em segredo

A dor que teima no peito.


@rocampospoesia



sexta-feira, 20 de setembro de 2024

SOB AS BÊNÇÃOS DE JORGE

(RÔ Campos)


Se a nuvem passar eu vou

Se a dor me deixar eu vou

Pro samba  a tristeza espantar. 


Mas se o inimigo insistir em ficar

Se a dor me assediar

Esse banzo não vai me deixar.


Mas  aprendi  com o tempo a lição

Sob as bênçãos de Jorge nada há a temer

A tristeza um dia há  de passar

Só o samba não pode parar.


@rocampospoesia



terça-feira, 17 de setembro de 2024

A CHAVE RODOU

 L

(RÔ Campos)


Tá na hora de ir embora

Sai da minha aba, seu encosto

A tua vez já passou

Não me  deste nenhum valor

Veio outro e me valorizou.


Supera, homem,  supera

A chave rodou por inteiro

Vai cuidar da tua vida

Pois da minha  cuido eu

E eu só quero é ser feliz.


Segue o teu caminho

O tempo é curto e corre ligeiro 

E a vida é muito rara

Procura outra pra te aturar 

Eu tenho pressa de viver. 


*Lendo diversos  comentários em uma matéria postada no Face (não me lembro  quem postou), há pouco,  sobre a dor de cotovelo do ex-da Ana Hickmann, o qual reclamou que ela estaria gastando dinheiro com o noivado com o Edu Guedes antes da  partilha dos bens, deu nessa sofrência deste texto. Basicamente, compilei alguns comentários, incluí  outras palavras/frases, e taí. 

VIVER TEM DESSAS COISAS

 

(RÔ Campos)


Os dias seguem em disparada,

Alguns mornos,  quentes, amenos; 

Outros  tantos nem mais nem menos.


Tenho deixado para trás as coisas de que gosto. 

Na verdade,  elas já não são mais as mesmas. 

Desfiguraram-se entre as brumas do tempo. 


Tudo mudou. 


Sinto-me deslocada.

Como se não pertencesse mais a este mundo,

Que na verdade nunca foi meu. 


O ódio grassa.

A maldade é insidiosa.

Somos todos caminhantes indo para lugar nenhum. 


Tudo parece me maniatar.

Fujo, procurando me livrar dessas algemas

Que a todo custo querem porque querem me prender.

Tento me equilibrar nessa corda  bamba que é a vida.


Manter o meu cérebro ativo deve ser necessariamente a palavra de ordem. 

Senão o inimigo vem e me passa a rasteira.

Preciso de sanidade para administrar esse hospício que me circunda e os loucos que o habitam.


Mas viver tem dessas coisas:

Quando pensamos que tudo está sob controle, 

Vem a ventania e rebenta tudo. 


@rocampospoesia

domingo, 18 de agosto de 2024

CONSUMAÇÃO

(RÔ Campos)


O vento e os amores

Passando

O tempo e  as horas

Voando

É o relógio da vida

Triste, alegre

Vivida.


Tudo vai indo embora

É a natureza das coisas

Se nada der certo

Não deu

Amanhã,  quem sabe?

Talvez.


É o relógio da vida

Triste, alegre 

Vivida

Agora feito vela acesa

Pelas  chamas consumida. 


@rocampospoesia

domingo, 11 de agosto de 2024

ACERCA DO DESAPEGO

 (Rô Campos)


Não adianta religião, ciência, seita, terapia, psicologia, tecnologia, progresso,  nada, nada, nada se o homem não praticar o desapego.  

O egoísmo mantém  o homem como se um verdadeiro  réptil fosse.  E nunca vai soltar as garras do chão ao qual vive preso e criar asas para poder voar. 

Só o desapego  livra o homem da insignificância.